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Jantar filosófico

Acabei de chegar em casa e queria registrar o aprendizado da noite.

Fui jantar com minha sócia, Mariani, e com o Rafael e o Rodrigo da HE:labs. Queríamos retribuir a atenção que eles nos deram no Rio e também para trocar idéias e falar de negócios. Fomos no Coco Bambu do Lago Sul queria e recomendar demais o Camarão em Crosta com risotto de limão siciliano. Rodrigão também aprovou, já a Mari disse preferir o Internacional, que também é uma ótima pedida.

Conversamos sobre negócios, jantamos, e quando parecia que já tínhamos falado bastante e estávamos prontos para partir, aí é que começou a parte boa da conversa, falamos sobre metas de vida, o que é felicidade, espiritismo, dor, sofrimento, necessidades, enfim, assuntos bastantes complexos e delicados, e foi muito maneiro poder ouvir os diferentes pontos de vista.

O que pude perceber ao longo da conversa foi que a gente tem objetivos de vida em comum, sendo um deles impactar positivamente um número enorme de pessoas, mas o caminho que cada um enxerga para chegar lá é bem distinto.

Dentro dos aprendizados da noite, gostaria de destacar o do conceito de felicidade que o Rafa falou que veio do espiritismo e que se baseia em três princípios: fé no futuro, consciência tranquila e atender às necessidades. Achei demais, acho que tem tudo a ver e independe de religião, vou tentar pensar nisso com mais frequência. Fiz uma analogia com startups, onde dizemos que muitas startups falham não porque não conseguem construir o produto que se propuseram, mas porque constroem o produto errado, ou seja, que não tem mercado, já no âmbito da felicidade, muitas pessoas não conseguem ser felizes, não porque não conseguem cumprir os itens da sua lista de necessidade, mas porque construíram a lista errada.

O que quero dizer é que muitas vezes as pessoas projetam sua felicidade em algo material, conseguem, ou compram, ou ganham aquilo, tem um momento curto de felicidade, ou alegria, não quero entrar no mérito, mas depois passa e ela volta para o mesmo estágio anterior à ter o bem material. Ou seja, projetou a felicidade em algo errado.

Outra coisa que aprendi foi diferença de dor e sofrimento. A dor é inevitável, o sofrimento é opcional. O que entendi disso tudo foi que todos nós não podemos evitar a dor, vamos ter dor, mas sofrer com ela é algo que depende muito mais de nós do que da dor em sí. Concordei demais com isso, mas é claro que não é fácil optar por não sofrer, mas pra mim faz muito sentido e devemos pensar muito sobre se estamos sofrendo por antecipação ou desnecessariamente. Me lembrou muito a frase do Lance Armstrong: “Pain is temporary. It may last a minute, or an hour, or a day, or a year, but eventually it will subside and something else will take its place. If I quit, however, it lasts forever.”

Curti demais escrever este post, são assuntos que me deixam muito intrigados e me dá vontade de refletir sobre cada vez mais. Com certeza virão mais posts sobre isso! Abraços e boa noite!

O que aprendi em um final de semana

Já imaginou quanta coisa você pode aprender em apenas um final de semana?

Hoje foi o último dia do curso Lean Startup Machine – LSM aqui no Rio e já estou no aeroporto voltando pra Brasília, amanhã cedo começa outro curso, o de Certified Scrum Product Owner.

O que é o LSM? É uma maneira de você testar uma ideia rapidamente e com poucos recursos. É uma maneira de praticar os princípios de Lean Startup. Sua ferramenta principal é o Validation Board, que achei a melhor com que já trabalhei e que pode ajudar bastante os empreendedores que estão em busca de construir algo que as pessoas realmente querem e vão usar.

Definimos várias hipóteses ao longo das últimas 48 horas e fomos pra rua entrevistar as pessoas pra testa-las.

Tudo que vou listar como aprendizado, a seguir, não são verdades, mas apenas indícios de um comportamento que pode se repetir em escala. É muito mais qualitativo do que um estudo quantitativo. Serve como um norte. É um ponto de partida e sugiro que antes de aceitar como válidas as afirmações a seguir, que seja feito um estudo quantitativo também. Durante as entrevistas, o que pudemos aprender foi:

Aprendizados da primeira entrevista, de 12h50 às 13h50: 11 entrevistados na Favela da Rocinha:

  • As pessoas estão insatisfeitas com a situação do país
  • As pessoas sabem que querem melhoria na saúde, educação, transporte e corrupção
  • A saúde foi sempre o principal problema apontado pelos entrevistados
  • Dentro da saúde, o principal problema apontado foi a falta de médicos
  • As pessoas apóiam as manifestações, mas são contra a violência
  • As pessoas sabem que vandalismo e manifestação são coisas distintas
  • As pessoas tem medo da violência nas manifestações
  • Algumas pessoas não vão em manifestações com medo da violência
  • As pessoas gostariam que houvesse liderança nas manifestações
  • Nenhum dos entrevistados foi nas manifestações
  • Uma geração de jovens da favela nunca foi ao Maracanã, como acontecia com seus pais, pois antigamente o preço era alguns mirréis e hoje é centenas de reais.
  • As pessoas não apontaram violência como um dos top 3 problemas enfrentados

Aprendizados da segunda entrevista, de 16h às 18h30: 10 entrevistados em frente à casa do prefeito Sérgio Cabral.

  • Os manifestantes querem uma liderança.
  • Apesar das pessoas quererem uma liderança nas manifestações, elas tem receio de uma só pessoa liderar o movimento, querem liderança, mas descentralizada
  • Os manifestantes querem lutar sem violência
  • Os manifestantes sabem que querem melhoria na saúde, educação, transporte e corrupção
  • Alguns manifestantes sabem que a saúde, educação e transporte podem melhorar, mas tem dificuldade de dizer ações mais pontuais que deveriam ser pautadas neste momento
  • Os manifestantes sabem que tem que registrar tudo que acontece nas manifestações e criar uma mídia própria, pois a mídia tradicional distorce os fatos.
  • Os manifestantes não abrem mão da sua causa e acham válido a reinvidicação dos outros
  • Os manifestantes usam redes sociais, jornais, mídias sociais…
  • Os manifestantes querem paz, protestar sem violência e com a segurança da polícia, para protege-los dos vândalos

Bom, esses foram alguns dos aprendizados que tive do final da noite de sexta até o final do dia de sábado. Hoje, domingo, teve muito mais, mas vou ficando por aqui, meu vôo já começou a embarcar e a fila já está acabando. Qual a sua opinião sobre isso? Concorda, discorda? O que você aprendeu neste final de semana?

Pitch manifeste.me
Pitch manifeste.me

Não consegui postar porque a fila do avião andou rápida demais e estou postando de Brasília. Aproveitei para incluir uma foto da apresentação do aprendizado do nosso time e do MVP que desenvolvemos neste final de semana, o http://manifeste.me e o concierge que levamos pra rua, o http://vote.manifeste.me . Seu feedback é mais que bem vindo, fique a vontade para criticar ou sugerir o que quiser! Abraço!